Embora possam ter diferenças do ponto de vista filosófico, as religiões possuem o mesmo potencial para ajudar a humanidade e buscam, por caminhos diversos, alcançar a paz e a harmonia.
Guaranis-caiuás festejam - 24/01/2010.
Os índios guaranis-caiuás celebraram a colheita do milho branco, que eles chamam de milho saboró, e agradeceram a fartura conquistada. A festa durou três dias, na aldeia de Dourados, no sul de Mato Grosso do Sul.
O dia é de festa para os guaranis-caiuás. Eles celebram a fartura da colheita do milho branco. Desde cedo os mais novos já começam a aprender as músicas de agradecimento, uma maneira de fazer com que a cultura sobreviva.
As mulheres também dançam com os chocalhos e os tacuapús. Seguindo a tradição, os homens colhem e depois as mulheres debulham o milho, o alimento mais importante para a cultura caiuá. “O avô que ensinava e até agora usamos esse ensinamento que aprendemos”, contou Getúlio de Oliveira, índio caiuá.
No centro do barracão de madeira, um balde com a chicha, uma bebida feita a base da fermentação do milho branco. Depois de quase dois dias de reza, a festa chega ao momento mais solene, a dança do guarrú, feita somente por homens, que utilizam o arco. A dança é uma representação do que os criadores do mundo fizeram, segundo a crença indígena.
Toda esta manifestação é para agradar o Deus Ianderú, o maior da cultura caiuá. É uma festa para pedir proteção e também demonstrar respeito pela cultura. “Os guaranis são agricultores, eles tinham uma agricultura de alta produtividade, que foi interrompida pela colonização. Esta festa é uma memória-ritual dessa economia”, explicou Graciela Chamorro, professora de História Indígena.
O batismo do milho branco é realizado em quase todas as aldeias da etnia guarani-caiuá, no sul do estado. Em Dourados foram plantados dois hectares. “Para nós, o milho saboró é muito importante porque o milho amarelo não existe na nossa cultura. O milho saboró é a vida da gente”, disse Valdomiro Osvaldo Aquim, índio caiuá.
Depois de todos os rituais religiosos, o batismo no milho branco encerra com o guaxirú, uma dança alegre, em que toda a comunidade participa. A festa entra a madrugada e os indígenas festejam com a certeza de que a próxima colheita será ainda mais farta.
27 de janeiro Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.
Max Schanzer, 83 anos, viu seus pais pela última vez quando tinha 11 — o menino foi arremessado ao trabalho escravo num frio de 20 graus negativos, enquanto seus familiares rumaram para a morte numa câmara de gás.
Não há certeza sobre como os eles realmente morreram: podem muito bem ter sucumbido naqueles vagões de gado, onde os judeus eram amontoados às centenas a caminho da câmara letal em Auschwitz.
Quando acender uma vela hoje à noite, ao lado da presidente Dilma Rousseff, Max Schanzer lembrará dos pais — e de outros 6 milhões de judeus mortos no maior genocídio da história da humanidade.
Max Schanzer, de 83 anos, participará da cerimônia com a presidente
Foto:Jefferson Botega / ZH
Vítimas do Holocausto são lembradas.

Durante seu discurso, que encerrou a solenidade, a presidente lembrou que durante séculos o povo judeu manteve sua integridade através de seus intelectuais, seus livros, sua, culinária, religião e vida familiar, até conquistar sua pátria física. “Direito que não pode ser negado a nenhum povo”, emendou. E assinalou que seu governo não vai compactuar com nenhuma forma de violação de direitos humanos “em qualquer país, aí incluído o nosso.”
Dilma enfatizou que seu governo “será um incansável defensor da igualdade e dos direitos humanos.” “Temos clareza de que a nação brasileira é integrada por valores que respeitam dois princípios: a paz e a conciliação. Nós não somos um povo que odeia, nós não somos um povo que respeita o ódio, por isso o Brasil tem uma posição histórica que muito nos orgulha.”
A presidente falou ainda sobre as técnicas de tortura desenvolvidas no período nazista, na Europa, que inauguraram métodos aplicados em outros tempos, inclusive em ditaduras. “O nazismo aliou o uso da força, o emprego da dor e, ao mesmo tempo, a desumanização daquele que era objeto de extermínio. Inaugurou a tortura científica”, declarou ela. Segundo Dilma, é “nosso dever” lembrar que o holocausto é crime contra os direitos humanos e contra a humanidade e, ao lembrá-lo, lembrar também “de todas as vítimas de todas guerras injustas.” Dilma disse ainda que o mundo ignorou, à época, os sinais do avanço da barbárie antes da ascensão do nazismo.
Na solenidade, a presidente foi recebida por sobreviventes do Holocausto, como Max Schanzer e Sara Perelmuter, ambos prisioneiros do regime nazista entre 1941 e 1945. Ao final do discurso, a presidente foi aplaudida de pé pela plateia.